domingo, 8 de agosto de 2010

Debate de Presidenciáveis: Plínio salva da mesmice


Os debates de candidaturas no Brasil se dão, cada vez mais, dentro de regras estreitas, que engessam os participantes e os forçam à superficialidade. Além do mais, longe se vão os tempos do carisma e das diferenças entre um Mário Covas, um Ulysses Guimarães ou um Leonel Brizola. Sem tempo, sem carisma, sem conteúdo e sem diferenças, morno, superficial, enfadonho, foi a marca do primeiro debate entre os presidenciáveis promovido pela Rede Bandeirantes.

Com a legislação de hoje dificilmente teremos renovação política, porque os candidatos cujos partidos não tenham representação no Congresso Nacional não serão convidados para os debates, e, como consequência, seus partidos terão escassas chances de ampliar a representação. Enfim, a política vai ficando oligárquica, dentro da rigidez dos iguais, confiáveis pelo sistema.

Não tivemos a apresentação de um Projeto Nacional, nem se tocou em questões de fundo como a necessidade de uma reforma política, uma reforma do sistema eleitoral, uma reforma no modelo econômico, ou a questão da soberania nacional e da soberania popular. Dilma, Serra e Marina advogam o mesmo modelo, com divergências periféricas, secundárias, meras nuances, e onde se centram na dimensão de um Estado mero prestador de serviços. Parecem representar três sublegendas do mesmo partido. Dilma e Serra tentaram uma polarização, que Marina tentou evitar.

Por ter representação no Congresso foi possível ao PSOL romper o bloqueio e o monopólio, com a presença de Plínio de Arruda Sampaio, promotor de justiça aposentado, de origem democrata-cristã , ex-secretário de Estado e ex-Deputado Federal (inclusive constituinte) , que permitiu uma voz discordante, crítica, alternativa, em uma eleição que foi montada para que não tivesse oposição.

Um amplo setor do eleitorado nacional não se sente representado pelos candidatos que o sistema lhe impôs, e será forçado a votar por exclusão no menos mal.

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